Eu tenho vários traumas na minha vida, por exemplo, depois de ter ido ao blog porquinho azul, estou a ficar com o síndroma do "lapsus linguaem"!- mas isso é outra história...
O trauma que venho aqui revelar prende-se sobretudo com algo que me aconteceu hoje, e que me deixa de "rastos"...
Eu classifico este trauma com a sigla SAA ou seja Síndroma de Abstinência Automovel!
Trocando em miudos (sem referencias à Casa Pia por favor), normalmente sofro desta maleita quando deixo o meu carro na oficina para reparar e tenho de enfrentar o Mundo cruel movido à tracção das minhas "gâmbeas"!
Mal saio da oficina, sinto-me provavelmente como se os pais de 1 criança de 3 anos o colocassem na rua e lhe dissessem: -"agora vai por esse mundo fora, arranja um emprego para poderes pagar os teus bolicaos, yocos e a porcaria dos "action man" que andas sempre a cravar na "Toys'rUS"!..."
Fico estático no passeio da rua da oficina, a metros do meu "bolinhas", mas tão perto e tão longe, ele está recluso de 1 Sr. cheio de óleo, de fato de macaco, com 1 ar rude, e não me pode salvar de ser absorvido por esta selva urbana, onde o perigo espreita em cada semaforo que brilha! (esta referência pode eventualmente dar a impressão de que estou a falar daquele povo simpático vindo da Roménia, que nos tem a mania de lavar os vidros com a água de lavar a loiça do jantar de ontem, ou de nos tentar impingir 1 calendário da Nossa Sra do Bom Despacho, datado de 1994 em troca de 1 "Monhedinha", mas é rigorosamente falso!)
A minha 1ª reação é de gritar pela minha mãe, o que diga-se passagem não abona muito na construção da minha imagem perante a sociedade, em seguida penso entrar na 1º quiosque que encontrar e comprar um mapa da cidade do Porto, mas... eu sei onde estou, sei ir para casa, já fiz aquele caminho várias vezes, apenas... ESTOU SEM CARRO!!!!
Entro num café, tomo 1 cafézito, fumo 1 cigarro, sorrio e penso-"também não é assim tão mau, o carro até é velhote, ando sempre a dizer que gostava de ter 1 melhor, a frota da STCP foi melhorada, temos o Metro de superficie...."- não há coisa que mais me enerve, que é eu tentar me enganar a mim próprio, eu consigo ser cruel!
Saio do café, ao que julgo, pela expressão com que os trauseuntes olham para mim, com cara de evadido do "Magalhães Lemos" e tenho a tendência ridicula de andar km a pé sem reparar para onde vou, o pior pior pior, é que levo sempre, mas sempre calçado o que na gíria popular se chama o "sapatinho d'ir ao pito", logicamente que este calçado não combina com fugas desesperadas de 1 oficina automovel qualquer sem rumo!
Só vos posso adiantar que neste momento, estou a escrever este texto com os pés enfiados numa bacia de água quente com sal, porque já fui parar a sítios estranhos nestas minhas deabulações pós- oficina, mas desta vez acho que fui 1 pouco longe demais...
Quando saí do estado de choque, olhei à minha volta e não estava a conhecer nada do que via, entrei num quiosque para saber onde estava e.... pelo menos aqui vos deixo o que trouxe de recuerdo de lá!